sábado, 29 de março de 2014

A Morte do Demônio (2013)

A Morte do Demônio é um filme de terror norte-americano dirigido por Fede Alvarez. É o remake do filme The Evil Dead, lançado em 1981, escrito, produzido e dirigido por Sam Raimi, que também escreveu e produziu o remake. A intenção de Raimi é clara - entregar a direção para um cineasta novo, que trouxesse uma visão inovadora e antenada aos tempos atuais, tal qual o fizera o próprio Raimi no filme original de 1981 que, aliás, já é uma refilmagem de um curta seu chamado Within the Woods, de 1978.

A Morte do Demônio
Evil Dead
Para ajudar a irmã Mia que esta em abstinência de drogas e tem surtos constantes, irmão e uns amigos levam ela para um cabana isolada na floresta, onde pensam em fazê-la relaxar, mas chegando lá, encontram o livro Necronomicon e libertam os Mortites de volta em novo universo.



Como sendo um regravação, algumas pessoas possuem um certo preconceito. Na verdade em partes alguns remakes estragam os filmes clássicos, como por exemplo a regravação de 2009 de Sexta-Feira 13. Achei os atores péssimos e o desenrolar da história um pouco chata; mesmo assim possui seus pontos positivos, que logo logo vou estar falando aqui no leitores atentos!

O assunto de hoje é sobre um remake que saiu no ano passado (2013) e que deu o que falar. Em geral agradou os espectadores, mesmo com opiniões mistas. Eu por exemplo fiquei mais apaixonado pela Trilogia Clássica com esse remake. Achei inovador, diferente e totalmente perturbador como diz o cartaz, e também um dos únicos filmes que já vi inúmeras vezes e não consigo enjoar.


Se você já viu o filme clássico lançado em 1981 sabe que esse remake foi, com certeza, bem inovador. Fede Alvarez conseguiu criar uma versão diferente do clássico sem perder o seu frescor e originalidade. Por ser um diretor novato, os fãs da franquia ficaram com um pé atrás se o filme seria ou não seria bom, até chegaram a ameaçá-lo em redes sociais dizendo que se ele estragasse a versão original criando um remake que acabaria com as raízes, a sua carreira que estava apenas começando, iria se tornar pó. Mas Fede levou isso como um desafio. As críticas foram como ponte para as ideias virem e deixar a regravação perfeita.


Mas tenho que ser realista, como todo filme bom, alguns defeitos sempre aparecem. A regravação não possui atores tão bons. Shiloh Fernandez que interpreta David tinha tudo para ser um 'Ash' no filme, mas no meio da história ele perde o seu frescor do personagem e se torna apenas mais um no filme. Elizabeth Blackmore interpreta Natalie, namorada de David. A atriz é linda, porém é a única personagem que possui poucas falas, se tornando uma anônima no filme. Elizabeth é uma atriz novata. A Morte do Demônio foi o único filme que ela fez até agora, no meu ver, ela merecia uma chance de se destacar tanto quanto os outros. Mas quando o clímax de Natalie é alcançado, o filme te passa uma sensação de que aquilo é só o começo de muitas outras partes nojentas que estão por vir. Jessica Lucas interpreta a enfermeira Olivia. Uma atriz excelente. Está no elenco de Pompeia, e simplesmente se torna um dos destaques, tanto em Pompeia, quanto em A Morte do Demônio. Lou Taylor Pucci interpreta o professor Eric, que é o responsável por ressuscitar os demônios na floresta. Um personagem que se ferra o filme todo, mas não podemos negar que foi bem interpretado pelo ator. Mas o destaque para o filme vai para Jane Levy. Uma atriz que consegue convencer tanto em Mia 'personagem', quanto em Mia 'demônio', que olha, é uma atriz e tanto. Para quem viu os bastidores das gravações do filme, contidos no disco Blu Ray do filme, sabe que ela foi a atriz que mais passou por dificuldades no set. Devido ao frio, Jane tinha que encarar as filmagens com vestidos de manga curta e sem perder o foco da personagem. Deixava os sentidos tomar conta dela, e sabia que o futuro do filme estava em sua mão, então deu o seu máximo, e não podemos reclamar pois ela deixa ai uma personagem, Mia, que vai ficar eterna tanto quanto Ash da Trilogia Clássica.


Os efeitos da regravação ganham do clássico, isso é óbvio. Na década de 80 os recursos não eram lá muito bons, mesmo com a maquiagem carregada e passando medo ao espectador, o filme não ganharia do remake. Os efeitos da nova visão são bem bem feitos e bem posicionados na cena. Não seguindo aquele roteiro de que quando a cena fica forte a câmara corta, e sim fixando mais ainda na cena sem se preocupar com a censura. 

Gosto muito do clássico de 81, mas tenho que admitir que o remake ultrapassou as minhas expectativas de ser um filme bom, para um filme mais que ótimo. Bruce Campbell disse ao primeiro dia de gravação que o filme daria muito trabalho, porém, todos os filmes que dão trabalho, são os que vão ter um resultado mais de positivo.


Jane Levy admite que morre de medo de ver filmes no estilo de A Morte do Demônio, mas mesmo com medo, ela queria fazer o papel para ver até onde ela poderia ir. Até então a atriz nunca tinha visto o clássico lançado em 1981, que só passou a ver depois de conquistar o papel de Mia no remake.
"Eu adorei. Não achei engraçado, não. Achei assustador. Aliás, não sei como podem achar engraçado, mas é completamente diferente do que estamos fazendo".
"O nosso, com certeza, não é engraçado. Parte de mim estava torcendo para que tivesse um pouquinho de comédia porque o negócio estava bem pesado e até comecei a ficar nervosa. Quem vai querer assistir ao filme de uma viciada que vira demônio? Mas, apesar de tudo, acabou saindo um resultado bem interessante." 
Jane ainda diz que a gravação do filme foi uma tortura que durou quatro meses, e que nunca tinha passado por nada parecido. Em uma das cenas finais, Jane revela que foi enterrada viva à sete palmos da terra, com apenas um celular e lanterna. Realmente, tudo o que você vê no filme foi a própria atriz que fez, mesmo que, às vezes, tenha levado um tempão para conversar a própria a aceitar o desafio.
"Fede me atormentou para fazer praticamente tudo. Quando fui enterrada viva, chorei. Fiz uma tomada e me recusei a prosseguir, mas acabamos fazendo várias versões e, não sei como, ele conseguiu me convencer de que podia concluir a sequência."
 As gravações duraram apenas 70 dias, a maioria dos quais Jane passou com maquiagem de demônio, encharcada de suor, correndo, gritando ou coberta de sangue. No final ela já estava gritando, desesperadamente para tirarem a maquiagem dela, pois não estava aguentando mais. Toda vez que a palavra "Corta!" era dita, Jane corria para o chuveiro e ficava durante uma hora lá tirando toda maquiagem.


No fim, Jane reconhece que valeu a pena. 
"A Maquiagem ficou ótima. O visual é sensacional, não se parece com nenhum outro terror que eu tenha visto. Nem sei como descrever. Parece que rodamos um filme, mas ao mesmo tempo parece real."
"O Fede criou um clima fantástico. Acho que também tem uma pitada de nostalgia, como se fosse um daqueles filmes de 30 anos atrás, só que com toda a tecnologia dos dias atuais". 
A parte mais assustadora para Jane é colocar o filme no mercado e ser julgado pelos fãs hardcore do original. Mas mesmo com as críticas, ela garante que não está preocupada pois não importa o trabalho que você faça, vai sempre sofrer pressão, pois tem uns que vão gostar e os que não vão; nunca vão conseguir agradar à todos.


Realmente, todas as regravações sempre sofrem preconceitos. Os fãs dos clássicos sempre ficam com um pouco de medo se o novo irá agradar à ele e aos outros, na verdade, nenhum remake sairá em perfeitos detalhes. A Morte do Demônio é uma regravação ótima, mas como todo filme ótimo, alguns defeitos sempre aparecem, querendo ou não. Eu sou um cinéfilo que gosta e aprova os remakes. Eles não são apenas uma cópia do original e sim uma nova visão, com efeitos, fotografia, trilha sonora, enfim, uma versão com a tecnologia atual. Acho que não temos que ficar nos antigos e ponto final, temos que progredir com a tecnologia e buscar ver as novas versões que estão por vir no cinema atual. Descontraindo, quero muito um remake de O Bebê de Rosemary (1968). Quase ninguém aprova esse remake, mas não gostei do fim, e quem sabe, eles melhoram o final na regravação.


CURIOSIDADES

- "A Morte do Demônio" foi vendido comercialmente como o filme de terror mais violento e assustador de sempre.

- Recebeu a classificação "NC-17" nos EUA por ser demasiado violento, os produtores foram obrigados a cortarem cenas violentas do filme para ser classificado como "R".

- O filme é concebido como um remake, mas na realidade também pode ser considerado uma sequência do filme original.

- Em Portugal, utilizaram as secções dos obituários nos jornais para promoverem o filme.

- Foi lançado em Portugal com a classificação de "Maiores de 18 anos", mas mesmo assim conseguiu obter cerca de 14,000 espectadores, algo raro num filme com essa classificativa.

- Na cena após créditos finais, pode-se observar, Ash, o protagonista dos filmes originais.

- O filme possui um final alternativo em que Mia recebe ajuda de Ash e volta a ficar possuída, então Ash mata Mia. Este final alternativo foi cortado para permitirem os produtores lançarem a sequência.

- A sequência está a ser produzida, mas vários rumores afirmaram que será mais violenta e assustadora e poderá ser protagonizado por Bruce Campbell e Jane Levy nos papeis de Ash e Mia. Eles ainda estão em negociações.


Mais violento e assustador que o primeiro? 
Porquê se for, já ganharam meus aplausos em pé.

A Morte do Demônio deu o que falar e a continuação prevista para 2015 está prometendo ser pior que o primeiro filme. Eu estou esperando ansiosamente pela continuação e torcendo para que Bruce Campbell entre para o elenco junto com Jane Levy, seria a dupla perfeita.


Nota do Filme: 10 de 10


O que acharam do post "sangrento e perturbador" de hoje?
Evil Dead, em minha visão, foi o melhor remake já feito. E se você ainda não viu, não sabe o que está perdendo. Corra para a locadora e veja no escuro... se conseguir! (risos)

XOXO

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